07 agosto 2007

Tinha essa coisa de ele falar e fechar de leve os olhos, pálpebras de borboletas.
E de suave correr a mão onde ela era bem vinda.
Tinha também o jeito manso de medir as pausas da fala morna.
E isso tudo morava num lugar frio chamado lembrança.

3 comentários:

J.M. de Castro disse...

Você tem uma delicadeza ao escolher as palavras e as imagens que me impressiona!!! Não importa o que escreva, se prosa, poemas...nas suas mãos é tudo poesia. Parece que qualquer pensamento seu é algo mágico...

Cacau disse...

isso mesmo, de castro, a Maíra tem pálpebras que pinçam palavras como se apanhasse uma borboleta no ar, fazendo com quem lê se sinta como se "tivesse engolido muitas borboletas", como bem disse Clarice Lispector em O Mistério do Coelho Pensante...

Rodrigo Bodão disse...

uma dose de cecília...outra reforçada de clarice...limão colhido no pé de madrugada...uma pitada discreta de drummond...cachaça do norte...dois centímetros cúbicos de atmosfera de floresta...certa dor...certa nostalgia...tudo prensado na fôrma do "bora ver"...

acho que é isso...

que me vem d'ocê...

Bodvéi