E de mais a mais, sabia que o dia ia chegar em que o medo iria embora.
E ia levantar-se com sua roupa em trapos, e sua cara cansada de medo de tantos anos e faria um aceno quase solene e seguiria lento para atrás das cortinas.
E enquanto ela esperava a derradeira cena, se distraía tomando um refresco amargo feito de coisas desfeitas.
08 agosto 2007
O primeiro dia

E de manhã, ao olhar para o céu com os olhos ainda cobertos pelas etéreas mãos do sono, viu o azul inédito dos dias seguintes.
Um azul que ela ia desvendando ainda com um certo medo, sem saber todo seu. Mas que já estava entrando por ela, ali por onde ela esquecera de se trancar a chaves, colorindo a toda por dentro.
Inaugurou seu azul com um sorriso largo de quem reconhece o início do resto de tudo.
07 agosto 2007
Chamava
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