18 março 2008

Renata


ela, que nunca sossegou, caneta no papel.
que me olhava de cima das pernas longas com todo luxo
e um all star sujo.

ela, que se ocupava de sussurros e silêncios molhados
e era toda fúria de flor do mato

ela, que dividiu tantas noites de província comigo,
hoje passeia de bicicleta na ponte entre meu ser e vir a ser.

ela, que vestia as cores esquecidas e as asas aro 26 e voava pra dentro da história,
que é onde começa e onde termina o tempo de sonhar.

2 comentários:

Anônimo disse...
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J.M. de Castro disse...

Há uma constância de uma alma inquieta que não cabe no presente, no formato que o presente configura. Alma desejosa de devir, de ser e vir a ser, inacabada, de mundo, de tocar e transformar-se no que toca, no perfume de fruta,na sombra da moça ali parada, nas caras do dia, nos sonhos que não cabem...
Você é toda fúria de vida, fúria de convergência entre todos os seres e coisas...